Overview
Lendo esse artigo no meu saudoso kindle que foi compilado por uma automação que eu fiz me fez pensar um pouco sobre a situação de merda que assola a mídia mainstream moderna.
Alienação tá virando uma coisa cada vez mais comum, isso que estamos na era da informação.
Diferente do que se esperava as pessoas estão ficando mais burras e agressivas em uma era onde se esperava o ápice da humanidade. Redes sociais que surgiram com a proposta de conectar as pessoas independentemente de onde elas estejam estão aproveitando sua adesão para mudar a sociedade, e de uma forma bastante negativa.
Desde o escândalo da Cambridge Analytica, se pá antes, a discussão com questões de privacidade começou a ficar mainstream. Antes, pelo menos no meu ponto de vista, era algo mais underground, coisa de extremismo só usar mídias livres, como se privacidade fosse só coisa de bandido. O povão ainda tá, claramente, cagando pra isso por que já tem um comportamento de rebanho que já normalizou isso.
É cada vez mais normal ter foto de criança, mães e pais dando celular para os filhos logo cedo para não terem tanto trabalho. Dá pra entender o contexto, as pessoas querem terminar o que fazem, mas não é saudável.
Medidas sobre essas questões de acesso a dados aplicadas mundialmente começaram com a questão de permissões opcionais adicionado no Android 5 e em alguma versão do iOS. Antes você só instalava o aplicativo se você aceitasse todas as permissões declaradas no manifesto deste.
Esse recurso foi refinado com o tempo e existem ainda variantes do Android que tem um controle bem mais granular destas permissões como a Proteção de Privacidade
da CyanogenMod
(atualmente LineageOS
) e seus derivados.
O que o aplicativo fazia com essas permissões não precisava ser explicitamente contado mas muitos aplicativos menores faziam por questão de transparência.
Essa transparência, por exemplo, é obrigatória se não obvia através de código fonte no F-Droid, onde apenas aplicativos livres no sentido de liberdade, e de código aberto, podem ser adicionados.
O problema em sí
Tim Cook, o CEO da Apple, em uma Keynote (palestra usando um equivalente a PowePoint), fez uma pressão, incentivou as autoridades europeias a criar regulações relacionadas a indústria dos dados.
O Facebook atualmente é um dos maiores atores nessa indústria.
Quanto tempo você fica no Facebook, no WhatsApp e no Instagram? Também existem outros aplicativos menos conhecidos como a VPN Onavo que tem um dono em comum. A empresa comandada por Mark Zuckerberg. Não posso falar muito desse cara por que eu não conheço. O que eu sei dele é o que eu vi no filme “A rede social”. Se alguém souber algum livro sobre ele me avisa.
Incrível como que tá saíndo só noticia metendo pau no Facebook empresa. É escândalo de dados ali, antitruste aqui, multa por leis tipo GDPR acolá, o empresa problemática, aínda bem que eu não sou acionista deles.
O Google tá no mesmo balaio mas não é pelo menos por causa de redes sociais.
Aliás, Google cagou no pau depois que transformou o Orkut em Google+ assim como a Microsoft cagou no pau depois que transformou o saudoso Messenger no Skype.
A Apple tomou atitudes sobre essas empresas. Uma atualização no iOS 14 adicionaria a feature de App Tracking Transparency.
A treta aconteceu por que desde sempre rastreamento de hábitos do usuário foi uma coisa opt-out, ou seja, por padrão o usuário quer ser trackeado mas para não ser trackeado ele tem que procurar uma configuração que provavelmente vai estar muito bem escondida para conseguir desativar, assim como é para apagar contas.
Esta feature do iOS, que eu vou chamar de ATT vai ser lançada opt-out também. Por padrão ninguém pode te trackear e isso é política do sistema. Esses trackeamentos podem envolver geolocalização em segundo plano, trafego de dados em segundo plano, telemetrias, informações pessoalmente identificáveis, gravação de áudio em segundo plano e tudo mais.
Para um aplicativo poder te trackear ele tem que lançar uma autorização, assim como é com outras permissões. Essa feature começou como um dedo duro onde aparecia na barra de status em cima que tal aplicativo estava usando GPS em segundo plano.
Como tracking é basicamente a base do negócio do Facebook eles entraram com um processo antitruste. Esses processos são geralmente associados a denúncias de monopólio. Só que o Facebook já tava com um processo assim nas costas antes.
Também largaram a desculpa de que bloquear tracking afetaria os pequenos negócios. Bom, então coloca isso como motivo do por que os usuários teriam que aceitar o tracking, e foi isso que eles fizeram.
Assim como estão planejando o desenvolvimento de um smartwatch para terem o controle do hardware e poderem ter o sistema operacional próprio onde teriam pleno controle para coletarem o que quiserem. Eu não duvido nada que eles vão lançar esse smartwatch no prejuizo e que não vai vingar na Europa.
É uma briga de cachorro grande mas acho que tá bem claro de que lado que eu estou.
Eu lembro que por muito tempo a tela inicial do Facebook tinha a frase “É gratuito e sempre será”.
E também existe uma frase popular que diz “Se você não paga pelo produto, o produto é você”.
Como você acha que a rede social que você usa faz dinheiro?
Não existe almoço grátis, tem sempre alguém pagando. Até software livre, só que em softwares livres você não precisa necessariamente contribuir em dinheiro e você tem tudo o que precisa para saber o que acontece por trás.
Estou lendo “Digital Minimalism” de Cal Newport. A princípio recomendo para quem tá buscando perder menos tempo.
Foca no que dá lucro.
Larga mão do que não te agrega em nada.
Faz o digital declutter do Digital Minimalism para entender o que é realmente essencial para sua vida e que você realmente se importa.
Pensa fora da caixa, você não precisa usar a ferramenta exatamente para o mesmo propósito que ela foi projetada.
Existem ferramentas muito flexíveis que valem muito a pena dominar como linguagens de programação e sistemas operacionais alternativos como Linux.